MONSENHOR QUINTO DAVIDE BALDESSAR
“Sobre a mandioca, que o Índio chama de “manioca”, há uma lenda muito bonita que é contada entre eles.
É a seguinte. Numa maloca, certo dia, nasceu uma menina linda, linda, de rosto branquinho, branquinho. A mãe lhe pôs o nome de “Maní”. Cada dia que passava o rosto de Maní ficava ainda mais bonito. Vinha gente de longe, de toda a tribo só para ver o rosto de Maní que tão lindo. Quanto mais Maní crescia, mais bonita ela ficava. Sua fama se espalhou até outras tribos e de lá também vinham caravanas só para ver Maní. E Maní continuava crescendo, deslumbrando sempre mais toda a gente, por causa da beleza de seu rostinho branco. Mas um dia Maní adoeceu e depois de certo tempo morreu.
A mãe sepultou sua filhinha Maní no pátio, em frente à sua maloca. Mas o sol batia forte sobre a sepultura de Maní. Então a mãe plantou uma árvore sobre a sepultura para que fizesse sombra para Maní. Esta árvore cresceu rápida e se tornou a casa de Maní porque lhe fazia sombra. E a mãe chamava aquela árvore de “Casa de Maní”, ou em sua língua “Maní – oca” = Manioca.
Certo dia a mãe de Maní arrancou aquela árvore que já se tornara grande demais, para substituí-la por outra nova de menor porte. Ao arrancar a árvore, a mãe percebeu que tinha umas raízes grossas e branquinhas, branquinhas como o rosto de Maní... Manioca, que nós transformamos “em mandioca”.
Fonte:
BALDESSAR, Mons. Quinto Davide. Os Imigrantes - No confronto com os donos da terra, os índios. 1991. p. 10 e 11.
Transcrito por Nilso Dassi – Licenciado e Bacharel em História pela UNESC
Maio/2010.
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