quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Andiamo in América



A partir da unificação da Itália (1865) após sucessivas guerras e com a economia em frangalhos, iniciou-se um processo o de conscientizacao e esclarecimentos para o povo, no sentido de que buscassem novas oportunidades. Os EUA até ai, os maiores receptores de estrangeiros passaram a dificultar a entrada de imigrantes. E assim, a partir de 1870 deu-se início, aquela que ainda é chamada pelos italianos, como o maior êxodo imigratório de todos os tempos, haja visto que de 1870 a 1920, 50% da populacao italiana emigrou.

A partir de 1870 começaram as grandes levas para São Paulo, cujas viagens eram subsidiadas pelos fazendeiros de café e se estenderam até 1920.

A imigração no sul de SC teve início em 1877, com a criação da colônia de Azambuja. Sucederam: Urussanga – 1878, Criciúma – 1880, Cocal do Sul (Acioli de Vasconcelos) – 1885, encerrando-se com a colônia de Nova Veneza, que se estendeu no período de 1891 a 1895 e foi a única colônia com as passagens subvencionadas pelo governo brasileiro e com ela encerrou-se o ciclo imigratório, patrocinado pelo governo. Imaginavam as autoridades brasileiras que os brasileiros seriam incapazes de desenvolver o país, por serem, na maioria negros e mestiços. E assim, pensavam na colonizacao, também para “branquear” a razao é que se buscou nos “vênetos” os braços fortes, trabalhadores, católicos e pequenos proprietários de terras. De acordo com o livro do italiano Domenico Bartolotti: Ie Brasile Meridionale, publicado em 1924, no período de 1891 a 1895 (período da nossa emigração, entravam na colônia uma média de 1000 colonos por ano.

Na hora em que os agentes determinavam, lá na Itália, (com o mapa de assentamento na mão) o número de famílias que seriam estabelecidas em cada leva e para cada núcleo ou seção, tinham a preocupacao de assentar os vizinhos de lá, como vizinhos de cá. Os nomes dos núcleos também eram definidos lá: Nova Veneza, a capital da região do vêneto, uma vez que os assentados seriam vênetos em sua maioria.

Nova Belluno, porque a maioria provinha da Província de Belluno, como: Longarone – Pirago, Polpet, Igne, Olantreghe, Castellavazzo, Portogna, Dogna, Sovverzene, Forno di Zoldo, Fornesighe, Dont, Limana, etc. Para Nova Treviso foram encaminhados os da Província de Treviso: Rio Fiorita, em homenagem ao italiano Ângelo Fiorita, primeiro proprietário da companhia colonizadora; Rio Jordão, em homenagem ao Sr. Carlos Augusto de Miranda Jordão presidente da companhia colonizadora, no Rio de Janeiro; Belvedere, no atual município de Urussanga, por que era um Bel Vedere (um bonito olhar, uma bela vista).

A medição dos lotes era feita de modo que cada um tivesse uma fonte de água.


Memória: 45 anos da tragédia de Longarone

Na noite de 9 de outubro de 1963, uma falha geológica provocou o deslizamento de milhões de toneladas de rochas do Monte Toc fazendo transbordar o lago artificial que abastecia uma hidrelétrica. A tragédia ganhou o nome da represa de Vajont, embora a obra tenha permanecido intacta na cidade de Longarone, província de Belluno, nordeste da Itália.

Apesar das cifras iniciais superestimadas, o número oficial de vítimas chocou a opinião pública mundial: 1.909 pessoas pereceram sob a força do vagalhão. O desastre chegou a ser comparado a um tsunami. A onda com dezenas de metros de altura primeiro varreu a zona central da cidade. Depois retornou ao leito da via férrea, ampliando a destruição.

Fotos de antes e de depois da tragédia ganharam manchetes em todo o mundo. Na região de Criciúma, o desastre causou comoção entre centenas de parentes das vítimas, a maioria residente em Urussanga. Junto às recordações, um cartão-postal despachado por membros da família Tasso dois meses antes da catástrofe.

Na Quermesse de 1993, a Associação Bellunesi Nel Mondo reverenciou as vítimas ao lembrar os 30 anos da tragédia. Longarone reergueu-se como pólo industrial da região do Vêneto e recompôs sua população, hoje com mais 4 mil habitantes. O Cemitério de Vajont acolhe celebrações e visitas neste dia, feriado na cidade. A represa segue incólume, marco do descuido humano com a natureza.



Siderópolis 10/11/2011 – Celita S. Cesa



Digitação: Edina Alves de Souza



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