*NOME COMPLETO: Eloir Sebastião Martins.
*DATA DE NASCIMENTO: 29/11/1943.
*LOCAL DE NASCIMENTO: Siderópolis/SC.
*PÉ: Ambidestro.
*PROFISSÃO ATUAL: Aposentado.
*POSIÇÕES QUE ATUOU: Centroavante.
*TIME DE BASE: Metropol/Canarinhos/Grêmio Fronteira.
*TIMES PROFISSIONAIS: - Itaúna- América de Joinville- Avaí- Inter de Porto Alegre- Esportivo de Bento Gonçalvez- Próspera- Grêmio Esportivo Treviso- Olímpico de Blumenau- Atlântico de Erechim- Metropol.
*TÍTULOS: - Campeão pelo Itaúna em 66/67/68 da liga mineira; - Campeão estadual pelo América de Joinville em 1971; - Campeão estadual pelo avaí em 1973; - Campeão estadual pelo Internacional também em 1973.
1) Como começou a sua trajetória no futebol profissional?
LICA: Tudo começou em meados de 1958 no Metropol onde atuei nas categorias de base por volta de 6 meses. Como minha família mudou-se para Araranguá, passei a jogar em um clube amador chamado "CANARINHOS", onde, em 1959, aos 16 anos, através de "Edu Virgem", ex-prefeito de Araranguá, fui transferido para o "GRÊMIO FRONTEIRA". Já como profissional, em 1961, me transferi para o "ITAÚNA" onde permaneci até meados de 1968. Posteriormente, fui transferido para o "AMÉRICA DE JOINVILLE", ficando lá até 1971.
2) Como surgiu a oportunidade de jogar no Avaí?
LICA: A oportunidade surgiu após o final do estadual 1971, através de Zezé Ferreira, empresário e recém contratado como treinador do avaí. (foto ao lado).
3) Em 1972 o Avaí contratou Fio Maravilha para disputar uma partida do Torneio Integração. Como reagiu o elenco avaiano com a contratação do jogador e como foi jogar ao lado de Fio?
LICA: Os jogadores do Avaí na época reagiram com certa estranheza, não pela vinda do jogador e sim pelos valores, pois na época, as cifras foram altas para a realidade do clube, sendo que o restante do elenco estava com os salários atrasados. Já jogar ao lado do Fio, é como o próprio nome dele já dizia, uma maravilha, pois ele jogava muito. E fora de campo era uma excelente pessoa e apesar de toda a fama que rondava o nome dele era uma pessoa muito simples e humilde e que gostava das coisas simples.
4) Com Walter Miraglia e a passagem de Fio pelo Avaí você herdou o apelido de "Maravilha" e surgiu o interesse de grandes clubes em seu passe, inclusive o Flamengo, de Zagallo. Por que não se concretizou a ide de "Lica Maravilha" para o Flamengo?
LICA: A negociação não se concretizou porque os valores não eram vantajosos pra mim, pois no acordo o Flamengo daria alguns jogadores em troca, mais financeiramente falando não valia a pena, apesar da grande vontade de jogar num grande clube de âmbito nacional como o Flamengo. Acabei ficando no Avaí, onde logo em seguida fui transferido para o Internacional, de Porto Alegre, por empréstimo. Muita coisa se falou naquela oportunidade, mais o que aconteceu foi somente isso.
5) Como era a convivência dos jogadores avaianos com os jogadores que chegaram do Rio de Janeiro na época? Houve ciúmes, diferença de tratamento ou conviveram com tranquilidade?
LICA: Entre os jogadores, apesar da diferença de tratamento que os cariocas recebiam por parte do clube, era uma convivência tranquila e amistosa. Não me recordo de nenhuma desavença entre os jogadores cariocas e o restante do elenco.
6) Qual foi a maior diferença sentida por você com a chegada dos cariocas, especialmente do treinador Walter Miraglia? Sua filosofia de trabalho era muito diferente daquela que vocês estavam acostumados?
LICA: Walter Miraglia tinha uma filosofia de trabalho muito diferente. O Avaí tinha um time entrosado onde cada um sabia o que fazer. A principal mudança na minha opinião foi a saída do Rubão (por onde anda) do gol para a entrada de Ubirajara (por onde anda), sendo que a principal segurança da defesa do Avaí era o Rubão. Os únicos que vieram do Rio e acertaram no esquema que o Avaí vinha jogando eram o ponta direita Ademir e o meio de campo Cardosinho. O restante, foi mais por marketing do que por futebol. Com isso, o time caiu de rendimento e começaram algumas discussões extra campo.
7) Qual foi a sua melhor temporada no Avaí e qual o time que você guarda como a melhor escalação que jogou?
LICA: As minhas melhores temporadas pelo Avaí foram as de 1972 e 1973, onde o Avaí tinha um timaço. Um time que eu não esqueço era o seguinte:- Rubão (por onde anda) - Gonzaga- Batista - Ari Prudente - Orivaldo (por onde anda) - Rogério (por onde anda) - Zenon (por onde anda) - Balduíno (por onde anda) - Moacir - Lica - Ismael.
8) Qual foi o melhor técnico avaiano que você conviveu e quais foram os grandes amigos que o futebol lhe deu?
LICA: O melhor treinador que eu convivi chama-se Zezé Ferreira. Alguns grandes amigos que marcaram minha carreira foram Rubão (por onde anda), Rauzinho, Balduíno (por onde anda), Orivaldo (por onde anda), Rogério (por onde anda) , Gonzaga, Ismael, Veneza (por onde anda), entre muitos outros!!! Nós viviamos num ambiente de irmãos, onde, com certeza eu devo ter esquecido de alguém, mais eu quero que todos que conviveram comigo naquela época saibam que foram momentos inesquecíveis e que estão na minha memória e no meu coração.
9) O que significa o Avaí em sua trajetória e qual era a maior dificuldade de ser um jogador de futebol profissional num time de Santa Catarina na década de 1970?
LICA: A minha vida se divide em duas partes: antes e depois do Avaí. Esse clube significou tudo na minha vida, tanto que sou torcedor até os dias de hoje. Me faltam adjetivos para falar o quanto essa camisa foi importante pra mim. Quem usou essa camisa sabe do que eu estou falando. A maior dificuldade naquela época eram as poucas condições de estrutura e os poucos recursos dos clubes. Por isso eu digo que naquela época se jogava com muito mais amor do que hoje.
Avaí X Vasco da Gama, 1973.
10) Foi difícil abandonar a vida de jogador? Continuas acompanhando o Avaí?
LICA: Foi muito difícil. Hoje eu ainda me imagino usando a camisa do avaí. Tenho muitas saudades dessa época. Hoje eu continuo acompanhando o clube que tanto amo. Não vou muito ao estádio quanto eu gostaria, mais acompanho e estou sempre por dentro das notícias.... Gostaria de agradecer à você, Felipe Matos, pela oportunidade neste quadro "POR ONDE ANDA". Agradecer a grande torcida do Avaí, por todas as alegrias que essa torcida me proporcionou. Agradecer ao Avaí Futebol Clube a quem devo os melhores momentos da minha vida e que guardo no meu coração. Gostaria de agradecer também à duas pessoas que me ajudaram muito que são Maria Isabel (BEL), que na época residia ao lado do campo Adolfo Konder e hoje mora no bairro forquilhinhas, em São José. E gostaria de mandar um grande abraço também para a nossa grande amiga Maria Avaiana, cujo a história todos conhecem. Um grande abraço do "LICA MARAVILHA"!
O Blog Memória Avaiana agradece a oportunidade de reproduzir aqui as recordações de Lica sobre Era Romântica do futebol catarinense e relembrar um pouco da trajetória de um dos grande ídolos avaianos da década de 70. Além da gentileza de Lica, gostaria de agradecer ao Eloir, filho de Lica, que generosamente intermediou a Mini-Entrevista e ao Fábio Machado por ter me apresentado, ainda que virtualmente, ao Eloir.
Como Lica fez aniversário no dia 29 de Novembro, fica aqui nossa humilde homenagem a um dos responsáveis pelo belo passado avaiano. Felicidades!
(Imagens: reproduções do jornal O Estado, 1972/1973.)
Fonte: Felipe Matos
*DATA DE NASCIMENTO: 29/11/1943.
*LOCAL DE NASCIMENTO: Siderópolis/SC.
*PÉ: Ambidestro.
*PROFISSÃO ATUAL: Aposentado.
*POSIÇÕES QUE ATUOU: Centroavante.
*TIME DE BASE: Metropol/Canarinhos/Grêmio Fronteira.
*TIMES PROFISSIONAIS: - Itaúna- América de Joinville- Avaí- Inter de Porto Alegre- Esportivo de Bento Gonçalvez- Próspera- Grêmio Esportivo Treviso- Olímpico de Blumenau- Atlântico de Erechim- Metropol.
*TÍTULOS: - Campeão pelo Itaúna em 66/67/68 da liga mineira; - Campeão estadual pelo América de Joinville em 1971; - Campeão estadual pelo avaí em 1973; - Campeão estadual pelo Internacional também em 1973.
1) Como começou a sua trajetória no futebol profissional?
LICA: Tudo começou em meados de 1958 no Metropol onde atuei nas categorias de base por volta de 6 meses. Como minha família mudou-se para Araranguá, passei a jogar em um clube amador chamado "CANARINHOS", onde, em 1959, aos 16 anos, através de "Edu Virgem", ex-prefeito de Araranguá, fui transferido para o "GRÊMIO FRONTEIRA". Já como profissional, em 1961, me transferi para o "ITAÚNA" onde permaneci até meados de 1968. Posteriormente, fui transferido para o "AMÉRICA DE JOINVILLE", ficando lá até 1971.
2) Como surgiu a oportunidade de jogar no Avaí?
LICA: A oportunidade surgiu após o final do estadual 1971, através de Zezé Ferreira, empresário e recém contratado como treinador do avaí. (foto ao lado).
3) Em 1972 o Avaí contratou Fio Maravilha para disputar uma partida do Torneio Integração. Como reagiu o elenco avaiano com a contratação do jogador e como foi jogar ao lado de Fio?
LICA: Os jogadores do Avaí na época reagiram com certa estranheza, não pela vinda do jogador e sim pelos valores, pois na época, as cifras foram altas para a realidade do clube, sendo que o restante do elenco estava com os salários atrasados. Já jogar ao lado do Fio, é como o próprio nome dele já dizia, uma maravilha, pois ele jogava muito. E fora de campo era uma excelente pessoa e apesar de toda a fama que rondava o nome dele era uma pessoa muito simples e humilde e que gostava das coisas simples.
4) Com Walter Miraglia e a passagem de Fio pelo Avaí você herdou o apelido de "Maravilha" e surgiu o interesse de grandes clubes em seu passe, inclusive o Flamengo, de Zagallo. Por que não se concretizou a ide de "Lica Maravilha" para o Flamengo?
LICA: A negociação não se concretizou porque os valores não eram vantajosos pra mim, pois no acordo o Flamengo daria alguns jogadores em troca, mais financeiramente falando não valia a pena, apesar da grande vontade de jogar num grande clube de âmbito nacional como o Flamengo. Acabei ficando no Avaí, onde logo em seguida fui transferido para o Internacional, de Porto Alegre, por empréstimo. Muita coisa se falou naquela oportunidade, mais o que aconteceu foi somente isso.
5) Como era a convivência dos jogadores avaianos com os jogadores que chegaram do Rio de Janeiro na época? Houve ciúmes, diferença de tratamento ou conviveram com tranquilidade?
LICA: Entre os jogadores, apesar da diferença de tratamento que os cariocas recebiam por parte do clube, era uma convivência tranquila e amistosa. Não me recordo de nenhuma desavença entre os jogadores cariocas e o restante do elenco.
6) Qual foi a maior diferença sentida por você com a chegada dos cariocas, especialmente do treinador Walter Miraglia? Sua filosofia de trabalho era muito diferente daquela que vocês estavam acostumados?
LICA: Walter Miraglia tinha uma filosofia de trabalho muito diferente. O Avaí tinha um time entrosado onde cada um sabia o que fazer. A principal mudança na minha opinião foi a saída do Rubão (por onde anda) do gol para a entrada de Ubirajara (por onde anda), sendo que a principal segurança da defesa do Avaí era o Rubão. Os únicos que vieram do Rio e acertaram no esquema que o Avaí vinha jogando eram o ponta direita Ademir e o meio de campo Cardosinho. O restante, foi mais por marketing do que por futebol. Com isso, o time caiu de rendimento e começaram algumas discussões extra campo.
7) Qual foi a sua melhor temporada no Avaí e qual o time que você guarda como a melhor escalação que jogou?
LICA: As minhas melhores temporadas pelo Avaí foram as de 1972 e 1973, onde o Avaí tinha um timaço. Um time que eu não esqueço era o seguinte:- Rubão (por onde anda) - Gonzaga- Batista - Ari Prudente - Orivaldo (por onde anda) - Rogério (por onde anda) - Zenon (por onde anda) - Balduíno (por onde anda) - Moacir - Lica - Ismael.
8) Qual foi o melhor técnico avaiano que você conviveu e quais foram os grandes amigos que o futebol lhe deu?
LICA: O melhor treinador que eu convivi chama-se Zezé Ferreira. Alguns grandes amigos que marcaram minha carreira foram Rubão (por onde anda), Rauzinho, Balduíno (por onde anda), Orivaldo (por onde anda), Rogério (por onde anda) , Gonzaga, Ismael, Veneza (por onde anda), entre muitos outros!!! Nós viviamos num ambiente de irmãos, onde, com certeza eu devo ter esquecido de alguém, mais eu quero que todos que conviveram comigo naquela época saibam que foram momentos inesquecíveis e que estão na minha memória e no meu coração.
9) O que significa o Avaí em sua trajetória e qual era a maior dificuldade de ser um jogador de futebol profissional num time de Santa Catarina na década de 1970?
LICA: A minha vida se divide em duas partes: antes e depois do Avaí. Esse clube significou tudo na minha vida, tanto que sou torcedor até os dias de hoje. Me faltam adjetivos para falar o quanto essa camisa foi importante pra mim. Quem usou essa camisa sabe do que eu estou falando. A maior dificuldade naquela época eram as poucas condições de estrutura e os poucos recursos dos clubes. Por isso eu digo que naquela época se jogava com muito mais amor do que hoje.
Avaí X Vasco da Gama, 1973.
10) Foi difícil abandonar a vida de jogador? Continuas acompanhando o Avaí?
LICA: Foi muito difícil. Hoje eu ainda me imagino usando a camisa do avaí. Tenho muitas saudades dessa época. Hoje eu continuo acompanhando o clube que tanto amo. Não vou muito ao estádio quanto eu gostaria, mais acompanho e estou sempre por dentro das notícias.... Gostaria de agradecer à você, Felipe Matos, pela oportunidade neste quadro "POR ONDE ANDA". Agradecer a grande torcida do Avaí, por todas as alegrias que essa torcida me proporcionou. Agradecer ao Avaí Futebol Clube a quem devo os melhores momentos da minha vida e que guardo no meu coração. Gostaria de agradecer também à duas pessoas que me ajudaram muito que são Maria Isabel (BEL), que na época residia ao lado do campo Adolfo Konder e hoje mora no bairro forquilhinhas, em São José. E gostaria de mandar um grande abraço também para a nossa grande amiga Maria Avaiana, cujo a história todos conhecem. Um grande abraço do "LICA MARAVILHA"!
O Blog Memória Avaiana agradece a oportunidade de reproduzir aqui as recordações de Lica sobre Era Romântica do futebol catarinense e relembrar um pouco da trajetória de um dos grande ídolos avaianos da década de 70. Além da gentileza de Lica, gostaria de agradecer ao Eloir, filho de Lica, que generosamente intermediou a Mini-Entrevista e ao Fábio Machado por ter me apresentado, ainda que virtualmente, ao Eloir.
Como Lica fez aniversário no dia 29 de Novembro, fica aqui nossa humilde homenagem a um dos responsáveis pelo belo passado avaiano. Felicidades!
(Imagens: reproduções do jornal O Estado, 1972/1973.)
Fonte: Felipe Matos
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