Ronaldo David
Maria da Graça Botelho Savi
Uma grande extensão territorial da então pacata localidade de Rio Fiorita foi ocupada a partir de 1942, iniciando-se o processo com as desapropriações promovidas pela Companhia Siderúrgica Nacional-CSN, pelas primeiras levas de funcionários e trabalhadores envolvidas com a limpeza do terreno e construção das casas onde residiriam os contratados. As casas das diversas ruas então traçadas, que iam do número 1 – que era a Rua do Comércio, até a 39, na região Céu Aberto, foram definidas até o final de 1944.
Era preocupação dos dirigentes da estatal uma educação de bom nível e assim, em fevereiro de 1945, a Companhia Siderúrgica Nacional fez convênio com o governo estadual de Santa Catarina e implantou na localidade de Rio Fiorita, no setor Rio Fiorita Médio, a denominada Escola Mista Estadual de Rio Fiorita Médio, que a partir de 1947 passa a ser as Escolas Reunidas Estaduais Almirante Viriato Machado de Oliveira, situada no início de sua Rua 9, número 31. A professora e responsável pela direção neste início foi Beatriz Roberg Siqueira.
Na época, o atual Rio Fiorita dividia-se em pequenos bairros setoriais chamados Rio Fiorita Alto, nas proximidades da nascente do rio e onde residiam então os descendentes de italianos. A partir da Rua 1, a do Comércio começava o Santa Bárbara. A partir da Rua 8 até as proximidades da ponde defronte ao campo de futebol era o Rio Fiorita Médio. Na parte fronteiriça ao rio e paralelamente à Rua 9, era a Operária. Após a Estação Ferroviária e atravessando o rio havia o Céu Aberto. Há ainda o setor das Oficinas e o Recreio do Trabalhador, com o estádio de futebol do Itaúna Atlético Clube completando o setor funcional e de lazer. Finalmente, na região mais alta do rio e em direção ao Rio Albina, havia a denominada Vila Residencial ou Vila Formosa, de nome oficial Rio Fiorita Alto.
Todas estas denominações foram centralizadas em Rio Fiorita a partir do final da década de 50. Deveu-se ao fato duas grandes demissões em final da década de 40 e em 1951, já que não havia necessidade de minas pois o carvão estava em plena superfície e as grandes dragas dariam conta do serviço. Desmontou-se então o setor denominada Céu Aberto e ao final dos anos 50 a Vila Residencial, pois havia grande reserva carbonífera em seu solo e a Marion 780 revolveu o setor. Já desde 1959, as Escolas Reunidas Estaduais passam a ocupar integralmente o espaço do prédio do SENAI, processo iniciado em 1956 e seu nome é o de Grupo Escolar Dr. Tullo Cavallazzi e mais umas denominações episódicas.
No caso dos funcionários que residiam na Vila Residencial, os ocupantes de cargos mais elevados, esses foram transferidos para a Vila Siderúrgica, construída a partir de 1961 em bairro central do recentemente emancipado município de Siderópolis.
A partir deste momento histórico, o Rio Fiorita é um só bloco de trabalhadores que habitam ruas que vão do número 1 a 19, e a 30 nas cercanias do educandário. Na cena central destas habitações e locais de trabalho e lazer, destaca-se, desde 1º de maio de 1957 a Capela de Santa Bárbara, dedicada a esta padroeira, a quarta a ser construída na localidade, e o Templo da Assembléia de Deus. Simultaneamente, até 1960, existiu uma capelinha dedicada a Nossa Senhora na Vila Residencial.
Em pinceladas rápidas, esta é a visão de um Rio Fiorita a partir da chegada dos funcionários da CSN, e outras se seguiriam.
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