THALIS – UM JOVEM A SERVIÇO DA PAZ
Tamanho é só um detalhe para quem é grande nos seus ideais. Thalis é assim: Um pequeno grande homem.
Saiu de casa aos 18 anos para servir ao exército em Porto Alegre. São 6 anos longe da família, dos amigos, da terrinha e agora realiza a experiência de ser um soldado a serviço da paz. Desde março no Haiti, esse jovem, é motivo de orgulho para os pais Mila - Vânio Bonassa e sua irmã Érika.
Perfil entrevista Thalis Bonassa. Do Haiti para Siderópolis a interessante narrativa desse soldado- exemplo que brilha pela sua bravura e determinação, merecendo por isso nossa admiração.
1- Qual foi a sua primeira impressão ao desembarcar no Haiti? Como os soldados foram recepcionados pelos haitianos?
R: O que mais me impressionou foi a quantidade de haitianos vagando pelas ruas, sem fazer nada, sem trabalho. O trânsito que é um caos. A nossa recepção foi boa, os haitianos gostam dos brasileiros porque eles sabem que estamos aqui para ajudá-los.
2- Qual o objetivo da missão? Quantos são da sua tropa?
R: O nosso objetivo é manter o ambiente seguro e estável. O batalhão tem 810 militares e o nosso pelotão de policia do Exercito é formado por 33 militares.
3- Qual a sua rotina de trabalho?
R: Meu dia começa com alvorada às 6hs da manhã. Em seguida há o treinamento físico, seguido pelo café da manhã. Às 8:30h começa o expediente e termina às 17h. Durante esse período estou sempre pronto para cumprir as missões de segurança, escoltas, guarda ao batalhão e entre outras operações.
4- Quantas horas vocês dedicam ao trabalho? Há folgas? Quantos dias? O que você faz quando não está em missão?
R: Estamos 24h prontos para sermos empregados, caso ocorra alguma necessidade. Durante os seis meses de missão, nós recebemos 38 dias de arejamento, que são divididos dentro do pelotão, atentando para termos sempre o maior efetivo pronto para missão. Quando não estou em missão procuro me ocupar, praticar algum esporte, jogar um futebol, vôlei, malhar na academia, ler um livro, participar de confraternizações, cultuar as tradições gaúchas, apesar de não ser gaúcho, falar com a família pela internet, pelo telefone e conversar com os colegas sobre o dia-a-dia na missão.
5- Vimos através da mídia, imagens assustadoras depois do terremoto no Haiti, Qual a situação do país hoje? Que outros países ajudam na reconstrução?
A situação se encontra melhor depois de um ano e meio após o terremoto. São vários países ajudando na reconstrução do país. Ao todo são 19 países no componente militar, 41 na UNPOL (Polícia da ONU) e 115 no componente civil.
6- Como e onde vivem os sobreviventes do Terremoto. Quantos órfãos são?
R: Ainda há muitas famílias vivendo em barracas. Há muitas crianças órfãs. O Batalhão ajuda um orfanato, em caráter voluntário, onde há em torno de 50 crianças. Todos os finais de semana, são realizadas atividades, desde brincadeiras até reforma de instalações, para melhorar as condições dessas crianças.
7- Terremotos, guerra acentuam ainda mais a miséria. O país já vivia essa realidade. Péssimas condições de higiene e fome. Como é conviver com esses flagelos?
R: Em momentos de conflitos civis não estive presente. O ambiente está seguro e estável. Isso nos deixou em uma situação mais confortável para ajudar no combate contra a miséria. Conviver com os haitianos requer um pouco de paciência, pois não é tão fácil conviver com a população que possui cultura totalmente diferente da nossa. No começo causa certa estranheza, mas com o tempo você se adapta aos costumes.
8- O que são oferecidos ao povo do Haiti para amenizá-lo da dor da perda?
R: O Batalhão realiza atividades de cunho social. Entrega de cestas básicas, consultas médicas e odontológicas, apoio à prática esportiva, escolinha de futebol, recentemente fizemos uma corrida rústica nas ruas de Porto Príncipe. Nessas atividades podemos ter mais contato com a população haitiana. São atividades de integração, que amenizam a dor que passam.
9- Um país destruído. Corpos soterrados, miséria, tristeza. Você em algum momento chorou? Por quê?
R: Não, em momento algum.
10- Apesar de tanta tragédia, ainda é possível vê-los sorrindo. Como você explica essa alegria?
R: Realmente, um país pobre, sofrido, com seus problemas pós-terremoto, mas que, aos poucos, está se recuperando. É um povo alegre. As crianças e os adultos, dançam e cantam. Acredito que eles são felizes porque perdem pouco para vida, não tem mais nada a perder, só a ganhar. Ao contrario de nós que temos casa, comida, trabalho, tudo do bom e melhor. Quem garante que com tudo isso somos felizes? Nem todos.
11- O que a mídia não mostra sobre o país?
R: Não é que não seja mostrado, mas existem coisas boas aqui também, não somente tragédias e misérias.
12- O país recebe muitos turistas?
R: Há um grande número de estrangeiros que estão aqui a trabalho. Mas quanto ao turismo, pelo menos na capital, Porto Príncipe, praticamente inexiste.
13- Quando termina a missão? Que experiência você extrai de tudo isso? Valeu a pena?
R: A missão do nosso contingente termina no final do mês de setembro. A missão foi importante, adquiri experiência profissional e pessoal. Com certeza, valeu a pena.
14- Na volta para o Brasil, quais seus planos?
R: Terminar meu tempo de serviço militar temporário, e continuar na área, como militar do estado.
15- Defina Haiti em uma palavra.
R: Esperança
16- Qual a mensagem que você deixa aos jovens que por não terem um objetivo na vida desperdiçam tempo, deixando de contribuir para o bem estar da sociedade?
R: Para fazer com que suas existências tenham valor, significado, vocês devem viver com intensidade cada dia que lhes é dado, cada momento que lhes é concedido, cada experiência a qual tem acesso. Respeitar as pessoas e ajudá-las nas pequenas ações, já é uma forma de contribuir para sociedade.
Tamanho é só um detalhe para quem é grande nos seus ideais. Thalis é assim: Um pequeno grande homem.
Saiu de casa aos 18 anos para servir ao exército em Porto Alegre. São 6 anos longe da família, dos amigos, da terrinha e agora realiza a experiência de ser um soldado a serviço da paz. Desde março no Haiti, esse jovem, é motivo de orgulho para os pais Mila - Vânio Bonassa e sua irmã Érika.
Perfil entrevista Thalis Bonassa. Do Haiti para Siderópolis a interessante narrativa desse soldado- exemplo que brilha pela sua bravura e determinação, merecendo por isso nossa admiração.
1- Qual foi a sua primeira impressão ao desembarcar no Haiti? Como os soldados foram recepcionados pelos haitianos?
R: O que mais me impressionou foi a quantidade de haitianos vagando pelas ruas, sem fazer nada, sem trabalho. O trânsito que é um caos. A nossa recepção foi boa, os haitianos gostam dos brasileiros porque eles sabem que estamos aqui para ajudá-los.
2- Qual o objetivo da missão? Quantos são da sua tropa?
R: O nosso objetivo é manter o ambiente seguro e estável. O batalhão tem 810 militares e o nosso pelotão de policia do Exercito é formado por 33 militares.
3- Qual a sua rotina de trabalho?
R: Meu dia começa com alvorada às 6hs da manhã. Em seguida há o treinamento físico, seguido pelo café da manhã. Às 8:30h começa o expediente e termina às 17h. Durante esse período estou sempre pronto para cumprir as missões de segurança, escoltas, guarda ao batalhão e entre outras operações.
4- Quantas horas vocês dedicam ao trabalho? Há folgas? Quantos dias? O que você faz quando não está em missão?
R: Estamos 24h prontos para sermos empregados, caso ocorra alguma necessidade. Durante os seis meses de missão, nós recebemos 38 dias de arejamento, que são divididos dentro do pelotão, atentando para termos sempre o maior efetivo pronto para missão. Quando não estou em missão procuro me ocupar, praticar algum esporte, jogar um futebol, vôlei, malhar na academia, ler um livro, participar de confraternizações, cultuar as tradições gaúchas, apesar de não ser gaúcho, falar com a família pela internet, pelo telefone e conversar com os colegas sobre o dia-a-dia na missão.
5- Vimos através da mídia, imagens assustadoras depois do terremoto no Haiti, Qual a situação do país hoje? Que outros países ajudam na reconstrução?
A situação se encontra melhor depois de um ano e meio após o terremoto. São vários países ajudando na reconstrução do país. Ao todo são 19 países no componente militar, 41 na UNPOL (Polícia da ONU) e 115 no componente civil.
6- Como e onde vivem os sobreviventes do Terremoto. Quantos órfãos são?
R: Ainda há muitas famílias vivendo em barracas. Há muitas crianças órfãs. O Batalhão ajuda um orfanato, em caráter voluntário, onde há em torno de 50 crianças. Todos os finais de semana, são realizadas atividades, desde brincadeiras até reforma de instalações, para melhorar as condições dessas crianças.
7- Terremotos, guerra acentuam ainda mais a miséria. O país já vivia essa realidade. Péssimas condições de higiene e fome. Como é conviver com esses flagelos?
R: Em momentos de conflitos civis não estive presente. O ambiente está seguro e estável. Isso nos deixou em uma situação mais confortável para ajudar no combate contra a miséria. Conviver com os haitianos requer um pouco de paciência, pois não é tão fácil conviver com a população que possui cultura totalmente diferente da nossa. No começo causa certa estranheza, mas com o tempo você se adapta aos costumes.
8- O que são oferecidos ao povo do Haiti para amenizá-lo da dor da perda?
R: O Batalhão realiza atividades de cunho social. Entrega de cestas básicas, consultas médicas e odontológicas, apoio à prática esportiva, escolinha de futebol, recentemente fizemos uma corrida rústica nas ruas de Porto Príncipe. Nessas atividades podemos ter mais contato com a população haitiana. São atividades de integração, que amenizam a dor que passam.
9- Um país destruído. Corpos soterrados, miséria, tristeza. Você em algum momento chorou? Por quê?
R: Não, em momento algum.
10- Apesar de tanta tragédia, ainda é possível vê-los sorrindo. Como você explica essa alegria?
R: Realmente, um país pobre, sofrido, com seus problemas pós-terremoto, mas que, aos poucos, está se recuperando. É um povo alegre. As crianças e os adultos, dançam e cantam. Acredito que eles são felizes porque perdem pouco para vida, não tem mais nada a perder, só a ganhar. Ao contrario de nós que temos casa, comida, trabalho, tudo do bom e melhor. Quem garante que com tudo isso somos felizes? Nem todos.
11- O que a mídia não mostra sobre o país?
R: Não é que não seja mostrado, mas existem coisas boas aqui também, não somente tragédias e misérias.
12- O país recebe muitos turistas?
R: Há um grande número de estrangeiros que estão aqui a trabalho. Mas quanto ao turismo, pelo menos na capital, Porto Príncipe, praticamente inexiste.
13- Quando termina a missão? Que experiência você extrai de tudo isso? Valeu a pena?
R: A missão do nosso contingente termina no final do mês de setembro. A missão foi importante, adquiri experiência profissional e pessoal. Com certeza, valeu a pena.
14- Na volta para o Brasil, quais seus planos?
R: Terminar meu tempo de serviço militar temporário, e continuar na área, como militar do estado.
15- Defina Haiti em uma palavra.
R: Esperança
16- Qual a mensagem que você deixa aos jovens que por não terem um objetivo na vida desperdiçam tempo, deixando de contribuir para o bem estar da sociedade?
R: Para fazer com que suas existências tenham valor, significado, vocês devem viver com intensidade cada dia que lhes é dado, cada momento que lhes é concedido, cada experiência a qual tem acesso. Respeitar as pessoas e ajudá-las nas pequenas ações, já é uma forma de contribuir para sociedade.
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