segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Gruppo Belunesi, de Siderópolis, grava composições do folclore italiano


A viagem desde o Norte da Itália até o Sul de Santa Catarina foi longa, cansativa e repleta de desafios. Navio, barcos, carro-de-boi e trem foram os meios de transporte utilizados há 110 anos. No percurso os imigrantes criaram canções - "Mérica, Mérica, Mérica, como sara essa Mérica" - e cantavam as músicas que haviam aprendido com os pais e avós. Ainda hoje essas composições do folclore italiano continuam sendo cantadas e pela primeira vez estão imortalizadas no CD Mi Son da Belun", lançado nesta semana pelo Gruppo Belunesi, em Siderópolis.

"Das 17 músicas que gravamos 12 se conservaram apenas em nossa comunidade, deixando de ser cantadas em outras regiões colonizadas por famílias que vieram do Norte da Itália", informa José Crepaldi, presidente da Associação Belunesi Del Mondo, famiglia de Siderópolis, um dos integrantes do grupo de canto coral, apontando o livro do juiz aposentado Victório Ledra. Em 1974, o autor garimpou material em todo o Estado para escrever o livro "Cancioneiro do Imigrante Italiano", publicado pela Editora da Furb em 1989. Siderópolis contribuiu com 36 canções, o maior acervo conseguido por Ledra.

Um dos grandes incentivadores para gravação do CD foi Ângelo Ambrósio, que aos 90 anos, lúcido e feliz, garante que todas as músicas do disco ele aprendeu a cantar ouvindo o pai e os avós. "É uma parte importante da nossa história que está devidamente registrada", comemora Crepaldi, que já traça planos para um novo projeto, graças ao vasto repertório que a colonização italiano delegou aos seus descendentes.


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