quinta-feira, 17 de março de 2011

“Memórias de uma (outra) guerra”


O sr. da esquerda é João Moretti o do lado direito é o Padre Antonio


“Numa ocasião, foi solicitada ao interventor Nereu Ramos a volta do frei Modestino, e a resposta foi “será imediatamente preso”. A crônica também relatava que, por via indireta, foi informado a esse confrade para que não voltasse ao Estado de SC, ou seria preso. Segundo o cronista, outra vítima de nossa Ordem foi o vigário de Porto União, que exigiu do governo remoção para outra localidade, mas decidiu abandonar o Estado; ainda os padres Kessler, jesuíta, detido por algumas horas, e outros dois padres italianos, que deviam abandonar o Estado. Foram presos também os padres Lodovico Knock, alemão e secretário de Daniel Hostins, bispo de Lages, e Antonio Kondlick, alemão e vigário de Biguaçu (foi vigário, também, em Siderópolis – SC). Outros padres seculares ficaram presos e foram expatriados, ou chamados a se apresentarem na Delegacia de Ordem Política e Social: cônego Cesar Rossi (italiano), Bernardo Blasing (alemão), Pedro Ulrich (alemão), Luiz Jacó Nebel (alemão) e Antonio Marangoni (italiano). Na narrativa do cronista, são todos inocentes”.



Foi nesse contexto, durante a Segunda Guerra Mundial, que o interventor do Estado Nereu Ramos, dotado de “poderes” em Santa Catarina, em nome de um nacionalismo exacerbado encarcerou até padres e por decreto mudou o nome do distrito de Nova Belluno para Siderópolis.

Recomenda-se a todos os moradores de Siderópolis e região que leiam o livro citado abaixo e sintam o sofrimento imposto por Nereu Ramos aos imigrantes italianos e alemães e aos seus descendentes em Santa Catarina, durante a Segunda Guerra Mundial.

Nilso Dassi – Licenciado e Bacharel em História pela UNESC.

Março/2011.

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