Seminário São Pio X
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Na década de 1980, em função de elevados nº de seminaristas, a cada ano mais crescente, sentiu o Padre Luiz Frizon, Diretor do Instituto a necessidade de procurar caminhos alternativos para suprir as despesas principalmente com a alimentação.
Paralelamente ao crescimento do nº de seminarista, surgiram dois movimentos leigos com os objetivos de:
a) Acompanhar e encaminhar vocações para o seminário.
b) Auxiliar o Instituto na formação de novos sarcedotes para Igreja.
c) Organizar e participar das comemorações religiosas, campanhas comunitárias e assistências.
d) Fixar contribuições mensais dos associados.
e) Ser o elo de comunicação entre o Instituto e o povo.
Tais movimentos receberam o nome de:
1º) Associação dos padrinhos e madrinhas das vocações do Instituto São Pio X de Siderópolis.
2º) Associação dos amigos de Dom Orione.
As duas associações desenvolveram atividades paralelas, porem cada qual com sua diretoria, sendo que a 1º preocupava-se mais com a parte espiritual das vocações e a 2º mais com a parte material.
A 1º presidente das madrinhas foi a Sra. Aurora Losso Coral, a dos amigos foi a professora Carolina Feltrin Vendrame.
Com o agravamento da situação financeira das famílias de Siderópolis em função do desemprego em massa provocado pelas demissões nas minas de carvão.
As campanhas assistências para o seminário passaram a se intensificar junto a um povo cada vez mais empobrecido.
Assim sendo o almoço mensal no Instituto com ingresso vendido antecipadamente passou a ser bimestral.
A despesa com estes almoços era pequena, pois percorria-se os quatro cantos do município e também dos adjacentes a procura de donativos.
As madrinhas se reuniam quase que semanalmente no seminário para com o seu voluntariado trabalhar na confecção de bolachas, broas, pães, macarrão, bolos etc..
Para alimentar os seminaristas cujo nº não parava de aumentar.
Na procura de novas alternativas para angariar fundos, nós, descendentes de Italianos tivemos a brilhante idéia de introduzir um novo tipo de alimentação do qual participávamos em nossas casas desde a infância e que era bem aceita e elogiada também pelos nossos filhos aos domingos quando se almoçava na casa da nona.
Junto á galinha ensopada, macarrão com molho, não faltava a “Panada” e “Le tagliatelle al brado.” (macarrão ao caldo de galinha, sempre caipira, lógico)
Assim no inverno de 1993, para um sábado á noite com muito frio, planejamos e executamos, onde recebemos muitos elogios pela nossa 1º SOPA DA NONA, com ingressos tão baratos que se tornaram bastantes acessíveis ao nosso povo.
Ao cardápio constavam:
a)Panada: fatias de pão, com noz moscada, queijo relado, embebidas no caldo de galinha.
Era o prato servido pelas amigas de nossas mães quando na 1º visita após o nascimento de um bebe. Durante 40 dias após o parto, alem de não tomar banho e não lavar a cabeça, esta era a única alimentação recomendada, saliente-se que nos últimos meses de gestação as galinhas na caponeira iam sendo “Cevadas” especialmente para este fim.
b) Carne Lessa: carne de galinha, cozida no caldo.
c) Macarrão cozido no caldo: A este cardápio demos o nome de “Sopa da Nona” cujo macarrão era feito pelas voluntarias no seminário, com o passar dos tempos, o nome ficou e novos pratos foram sendo acrescentados tais como: canjas de galinha, minestra, saladas, com um nº incrível de participantes, como vimos neste inicio de Julho de 2011, no salão de festa da Igreja N. Srª Aparecida.
Sempre que se fala em “Sopa da Nona” não há quem não associe o nome do seminário São Pio X, aos tempos em que a comunidade toda era envolvida nos retiros, em grandes festas, grandes fraternidade.
É através das buscas, das pesquisas que a nossa cultura, as nossas tradições, vão escrevendo a Historia. Não exite futuro, se apagarmos a memória do passado.
Parabéns ao Sandrini, pelo seu envolvimento na busca de nossas raízes estabelecendo o elo do ontem com o hoje, e enviando através de sua tenacidade, conhecimentos e informações aos 4 cantos do mundo.
Rezo para que continue Dom Orione a te inspirar nesta tua busca incessante do recordar, do saber, do divulgar e do eternizar, tudo aquilo que diz respeito á manutenção da identidade do nosso povo. Muito obrigado!
Siderópolis 06/08/2011
Professora Selita S. Cesa
selitase@hotmail.com
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